— Ferrou, tô duro. — Diz Symon, em russo, ao sair do aeroporto de Ronaldsway. Ele acabou de chegar a Ilha de Man, e já consegue sentir várias energias diferentes de todas que havia sentido, por tempos viveu em uma atmosfera opressora, principalmente graças à egrégora monstruosa, apelidada por Viktor de Zlo-Kaplya, que habita os corredores de Vorkuta. Já passa das sete da noite, e a temperatura não é ideal para dormir ao relento.
— Devo ter mais ou menos uma hora de sol ainda… — disse Symon, olhando para o céu, que já começava a mostrar sinais de avermelhado.
Symon olha a sua volta procurando por opções, quando vê um taxista ruivo vestindo roupas pesadas, distraído com sua música. O russo se aproxima do táxi, e pergunta, usando seu inglês mediano:
— Com licença, mas eu estou procurando por um abrigo para passar a noite.
O taxista, solta um suspiro, e responde:
— Olha, estranho, aqui na ilha eu conheço algumas opções de estadia, que tipo de lugar você procura?
— Do tipo gratuito. — respondeu Symon, tentando esconder o embaraço por estar sem dinheiro.
— Saindo do aeroporto sem um tostão? Olha, eu sei que tem um abrigo para os sem-teto em Castletown… Obviamente não é a melhor coisa do mundo, mas parece que vai se adequar a sua situação.
— Parece bom, é muito longe daqui?
— Dá uns… 30 minutos a pé. — ele olha para o céu. — E se eu fosse você, eu me apressaria, o sol está se pondo, e o frio daqui não é para se brincar.
— Eu sei que você acabou de me conhecer, mas tem como você me dar uma carona?
O taxista pensa por uns segundos, suspira novamente, e diz:
— _Entra aí, hoje é dia lento mesmo, vou te deixar lá no abrigo, de carro dá uns 5 minutos._Mas você me deve uma hein?
Symon senta no banco de trás do táxi, o motorista dá a partida no motor, e eles partem. O taxista puxa papo dizendo:
— Se me permite perguntar, mas o que um russo está fazendo nessa ilhota, sem um tostão furado no bolso? O que planeja fazer aqui?
— Olha, eu não quero falar muito nisso, digamos que um amigo meu disse para vir para cá procurar uma coisa que ele deixou aqui… Na verdade, nem sei mesmo porque estou aqui. — respondeu Symon, em voz mais baixa.
— Não entendi direito, mas também, não é da minha conta. — retrucou o taxista, rindo um pouco. A conversa não flui muito além disso, e antes que se Symon se desse conta, já estavam estacionando.
— É aqui, vejamos… são 9 libras! Estou brincando, essa vez é por conta da casa. Boa sorte, estranho!
Symon agradece encarecidamente o taxista, e sai do carro, para se deparar com o frio da noite novamente. O táxi parte. O russo está na frente de um sobrado cuja placa diz:
Housing Matters
Homeless Shelter
Symon entra no abrigo para sem-tetos, e é recebido por uma fila de pessoas sujas com roupas esfarrapadas, e no fim dela, uma bela mulher de cabelos loiros longos, com uma prancheta. Symon espera em silêncio na fila até sua vez chegar, e então começa a falar:
— Olá, aqui é um abrigo, certo? — Ela responde que sim com a cabeça. — Ótimo, eu sou Symon, e na minha situação atual, uma vaga nesse seu abrigo ia ser muito bom.
— Olha, estamos bem lotados, mas você deu sorte, essa noite temos uma vaga para você. Você sabe escrever, sim? — Symon responde que sim com a cabeça. — Então apenas preencha esse formulário.
Ela explica que Symon receberá uma refeição e uma cama por uma noite, e que se precisar do abrigo novamente, precisará pegar a fila novamente. Ela o direciona para o refeitório, onde ficam várias mesas plásticas, e uma fila de mendigos que acaba na cozinha.
Symon para de andar por um instante para falar com a mulher, mas ela já retornara para a recepção. — Então tá. — disse em russo, dando de ombros. Ele vai para o fim da fila, seguido de mais duas pessoas, e na fila ele fica novamente em silêncio, procurando não chamar muita atenção, até chegar no começo da fila.
Na cozinha ele recebe uma bandeja com um par de scones com queijo e uma xícara de chá quente. Ele senta em uma mesa sozinho para comer sua refeição, mas antes que pudesse dar a primeira mordida no scone, ele é interrompido por um senhor sem dois dentes da frente:
— Você parece muito bem vestido para estar aqui, você sabe que esse é um abrigo para os sem-teto né? Tem certeza que precisa desses dois scones?
Pretendendo evitar conflito, Symon resolve responder em russo, para que o senhor não entenda.
— Que língua é essa? Você disse que eu posso pegar um dos seus scones? Obrigado!
Antes que o mendigo pudesse encostar em seus preciosos scones, Symon pega ambos, e os protege com as mãos. O senhor, contrariado, o encara falando:
— Isso lá é jeito de tratar os mais velhos?! Me de um dos scones, você não precisa dos dois!
Protegendo sua refeição, Symon empurra levemente o homem para trás, e diz:
— Eu não como nada há mais de 24 horas, você não vai me privar dessa refeição, mesmo que eu tenha que tomar uma atitude mais radical.
Encarando o russo, o velho se afasta e vai até outra mesa, comer os scones de sua própria bandeja. Finalmente em paz, Symon devora os scones com voracidade, e toma o chá quente rapidamente para se esquentar. Estava delicioso, embora ele saiba dos efeitos do tempero da fome.
Symon se direciona para o dormitório, onde vários beliches o esperam. Symon pega uma cama de baixo de um beliche, e lá se assenta. Ele para para refletir sobre sua situação atual, somente tinha em seu nome um passaporte forjado e a nota de Viktor com as coordenadas. Não é exatamente um prospecto muito animador, e graças a esses pensamentos Symon começa a ficar nervoso em relação ao futuro. Para afastar esses pensamentos que nada lhe fariam bem no momento, ele pensa no que iria fazer no dia seguinte. Ele precisa encontrar onde exatamente apontam as coordenadas, para isso uma biblioteca pública seria o ideal, pois com o acesso gratuito a internet, ele poderá descobrir facilmente a localização exata.
Depois disso é só ir para lá, quem sabe com uma pá, mas sem dinheiro fica difícil conseguir qualquer equipamento de caça ao tesouro. Extremamente cansado da viagem, e ainda sobre o efeito de jetlag, Symon desmorona na cama, nem tenta ir ao umbral devido ao cansaço mental e somente acorda no dia seguinte.
O sol bate em seu rosto, indicando que o dia já nascera. Ele se levanta, e se depara com a sala dos beliches lotada até o chão, cheia de pessoas dormindo. Fazendo o possível para não acordar ninguém, Symon tenta se esgueirar por meio dos mendigos, porém sem sucesso. Symon leva várias xingadas e ameaças de britânicos semi dormentes, mas sem problemas sai de lá para a recepção. Lá, ele cumprimenta a mulher do dia anterior, que parecia ter passado todo o turno da noite lá, e é cumprimentado de volta com uma voz sonolenta. Ele agradece a estadia e pergunta onde fica a biblioteca pública mais próxima. Ela responde:
— Biblioteca? Bem, eu, hmm, acho que tem uma na Farrants Way, no fim dessa rua, a biblioteca pública municipal.
— Perfeito, vai ter que dar. Spasibo. Ah, outra coisa, talvez eu volte essa noite.
Symon caminha para a biblioteca, o dia está ensolarado, coisa incomum para essa região. A temperatura está amena, por volta de 16 graus, já passam das 8 da manhã, e seu estômago está novamente vazio. Ele chega na biblioteca, um local com calefação, e vê uma bibliotecária de óculos e cabelo castanho curto lendo um livro. Ela nem percebe a aproximação de Symon, que precisa chamar a sua atenção para ser atendido.
— Ei! — fala Symon. Imediatamente ela cai assustada da cadeira, e diz:
— Nossa, me desculpe! Erm… O senhor é?
— Sou Symon, gostaria de usar o computador público, esta biblioteca tem um?
— Ah sim, sim! É por aqui! — disse ela puxando o braço de Symon para um canto da pequena biblioteca. Ela o leva para uma escrivaninha com um monitor de tubo. — Pode usar o computador a vontade, se precisar de alguma coisa, de ajuda, ou de algum livro, pode pedir… E outra coisa você tem 30 minutos de acesso a internet, se precisar de mais, vai precisar pagar uma taxa.
— Spasibo… err, obrigado.
Ela volta para a mesa da recepção e reabre o seu livro, deixando Symon sozinho. Ele move o cursor, tirando o computador do modo de proteção de tela, e abre o navegador de internet. Ele escreve as coordenadas no serviço de busca, que mostra, no primeiro resultado, um mapa da Ilha de Man. O mapa indica que as coordenadas dão em algum lugar de um bosque de coníferas chamado de King’s Forest, ele traça um caminho para lá, a partir da biblioteca.
Symon vai até a bibliotecária para pedir para imprimir o mapa. Ela para de ler o seu livro, e vai até o computador. Chegando lá, ela manda a imagem para impressão, e aguarda a folha terminar de ser impressa, quando ela para para olhar o mapa, e diz:
— Pretende fazer uma caminhada pela King’s Forest? Não há muita coisa lá, só umas árvores velhas. — passam alguns segundos, e ela pega o papel da impressora. — Bom, está aqui. — ela entrega o mapa impresso para o russo, que a agradece, e sai da biblioteca.
O caminho que imprimiu no mapa passa por várias estradas do campo, passando na frente do aeroporto, pela vila de Ballasalla, e até mesmo por dentro de uma fazenda.
— Eu pego alguma coisa para comer no caminho. — diz o russo, assim que começa a andar.
Durante o dia, a vila de Castletown é bem diferente, não parece mais tão sombria. Symon, em sua caminhada, passa na frente do Castelo Rushen, cruza uma ponte de pedra e anda pela via litorânea Douglas St por 2 minutos, indo em direção ao aeroporto de onde veio. O aeroporto aparece depois de 25 minutos de caminhada, e depois dele, a vila continua por mais 30 minutos.
A calçada acaba, e começa uma estrada asfaltada de área rural. Passam poucos carros, e por mais de uma hora de caminhada, para todos os lados que olha há pequenas casas de fazendeiros, e muito campo: fazendas de feno, trigo e de leite e outras miudezas. A fome começa a ficar difícil de ignorar, então Symon passa a procurar algo para comer a sua volta.
No caminho, a beira da estrada, ele encontra um arbusto de morangos silvestres.
— Kush! Que sorte! — disse Symon, correndo até o arbusto. Ele enche as mãos de morangos, e os come avidamente, matando sua fome por hora.
Ele continua sua caminhada por 15 minutos, quando ele começa a sentir um desconforto no estômago, esse desconforto evolui para uma dor chata.
— Esses malditos morangos… — disse Symon, pressionando sua barriga com força. Ele sabe que a dor passará em algumas horas, mas até lá vai ser meio difícil de se concentrar, mas não o impedirá de andar.
Por mais duas horas ele caminha pela zona rural da Ilha de Man, e de acordo com o mapa, Symon deve estar chegando a seu destino final. Ele já entrara na Ballavitchel Road há algum tempo, indicando que daqui alguns metros, precisará atravessar a fazenda a sua esquerda para chegar até a King’s Forest. A dor ainda não da sinal de que vai passar, e começa a aumentar, e começa a impedir o avanço de Symon.
— Argh… não dá mais… tenho que fazer alguma coisa… — disse ele, caindo de joelhos do lado a estrada. Lembrando de seu treinamento médico, Symon começa a esfregar rapidamente sua barriga com força, buscando aquecê-la, com o intuito de relaxar os músculos, e diminuir a dor. O tratamento começa a funcionar, e infelizmente, seu intestino também. Symon corre para um arbusto próximo, e o tempo passa.
Após alguns minutos, Symon volta para a estrada aliviado, e sem dor alguma.
— Ninguém precisa saber disso, né? — disse para si, em russo.
Com o problema dos morangos solucionado, Symon pode prosseguir. Ele segue a estrada indicada no mapa até o fim dela, e a partir dali, ele vai para noroeste segundo a posição do sol, cruzada com a posição do mapa. O sol está com pouca inclinação, indicando que ainda deve ser por volta de uma da tarde.
Passando por uma trilha de terra para tratores, pulando uma cerca e passando por um campo com ovelhas, ele chega a uma floresta de coníferas preservada. A fronteira da floresta é muito bem definida, bastou pular a cerca das ovelhas, que Symon fica completamente cercado por árvores.
O sol fica quase completamente oculto pelas copas das árvores, Symon olha para o mapa, e deduz que em 20 minutos de caminhada ele deverá chegar ao ponto marcado no mapa. Ele caminha por entre as árvores, dando a volta nas árvores maiores, eventualmente tendo que dar meia volta ao se deparar com um barranco mais alto do que ele gostaria de escalar. Depois de um tempo, Symon percebe que nada é familiar, que ele está perdido.
Symon procura o sol para obter as direções, mas sem sucesso. Ele tenta escalar uma árvore para conseguir uma vista alta, mas ele cai de costas no meio da subida. O russo está ficando sem opções. Ele senta debaixo de uma árvore para pensar no que fazer. Seu estômago ainda não está completamente bem, mas não o incomoda mais.
Por alguns minutos Symon pensa no que fazer, até que ele lembra de algo que ainda não tentou, algo que ele não faz desde que saiu de Vorkuta. Ele vai fazer uma projeção astral.
Symon aproveita que está confortável neste ambiente, cujas energias são anormalmente serenas e acolhedoras, e se deita apoiado numa árvore, e cai no sono. Ele acorda no umbral, e como de costume, sua linha de prata o conecta a seu corpo. O que mudou é que a floresta parece diferente, as folhas das árvores parecem brilhar com luz própria, no chão há vários tipos de pequenos animais se alimentando, e nos galhos das árvores vivem tipos estranhos e esverdeados de pássaro.
— Então o umbral realmente é bem diferente do mundo físico nessa área… Bom, agora a procura. — disse Symon se espreguiçando.
Ele olha em volta para algo que salte a vista, ou que pelo menos salte mais a vista. Um pouco para o norte, há uma luminosidade maior, cintilando à distancia. Symon vai em direção ao brilho, ocasionalmente desviando das criaturinhas espectrais da floresta, até que ele observa uma árvore especialmente brilhante, porém o brilho não vem da árvore em si, ele tem origem debaixo de suas raízes, um brilho branco puro, que dá uma sensação de bem estar incrível. Ele não se aproxima, ao invés disso, já que não é tão longe de onde seu corpo está, o russo decora o caminho até lá, e segue sua linha de prata para de volta a seu corpo.
De volta ao mundo físico, onde nem um segundo pareceu passar, Symon retraça seus passos até a árvore que vira no umbral. Ele se aproxima do local, e vê que no tronco da árvore há uma cruz católica marcada profundamente na casca.
— É aqui, tem que ser. Mas agora, como vou cavar isso… — disse o russo, olhando as raízes da árvore. É nesse momento que ele sofre uma dor de cabeça intensa que o faz desmaiar, e é forçado ao umbral.
De volta ao umbral, antes que pudesse abrir novamente os olhos, ele sente um impacto forte no braço, e ouve uma voz de um homem velho:
— Não é tão forte hã? Nenhum infiel chega perto dessa árvore e sai impune!
Symon se vira para ver o que o acertou, e para sua surpresa, é um homem de armadura de cota de malha medieval, brandindo uma espada de duas mãos enorme, quase maior que ele.
O cavaleiro grisalho de barba branca continua com um sotaque terrivelmente britânico:
— Vamos lá então! Me ataque! — E ele prossegue a balançar a espada de lado. Sem o elemento surpresa, porém, o ataque é lento e muito facilmente desviado. O cavaleiro faz expressão de espanto — Ninguém nunca conseguiu se esquivar de meu ataque, mas agora veja… isso!!! — Exclama levantando a enorme espada acima da cabeça, mas ao contrário de um ataque acontecer, o cavaleiro cai para trás com o peso da arma. Symon fica momentaneamente sem reação ao ver essa cena, mas logo ajuda o espírito a se levantar.
— Está tudo bem? — pergunta Symon.
O cavaleiro se levanta, coloca uma expressão altiva, e pergunta:
— Qual é o seu nome? — Symon diz seu nome completo, e ele continua:
— Symon Kravo, perdi para você um combate justo, é a primeira vez em séculos, minhas congratulações, embora eu tenha que dizer, você não parece um cavaleiro…
— Cavaleiro? Não, não existem mais cavaleiros de onde eu venho, mas quem é o senhor? O que faz aqui na floresta? — indagou o russo.
— Sou Sir Robert Eddison, o mago-cavaleiro incumbido por Deus para proteger o Baú de Arimatéa de todos que fossem injustos, e você me derrotou, provando que tem o favor de Deus, então por direito divino, o Baú agora é seu.
— Espera, que baú? Eu vim aqui procurar um memento de meu amigo falecido, Viktor Reznov, não sei nada sobre um baú…
— Reznov, você diz? Eu sei quem é, eu o derrotei em combate facilmente, ele não possuía o favor divino. Ele é conhecido seu? Ele foi o último a vir me desafiar pessoalmente nesse mundo… Mas nada disso importa mais, agora, deixe me tirar o baú da terra. — disse o cavaleiro velho.
O senhor de armadura se concentra por um segundo, e a terra treme. A árvore se move para trás, como se empurrada por uma mão gigante invisível, revelando um baú de pedra de tamanho médio. O baú possui várias inscrições esculpidas em seu corpo e tampa. Ele parece preso no chão, e a primeira vista, parece lacrado.
Ele abre sozinho, e de dentro sai uma rajada de energia na direção de Symon. Essa energia o atinge no centro do peito, causando, não dor, mas uma sensação quente e confortável.
— Estranho… — disse o cavaleiro — Você por acaso é um mago incapaz de desenvolver uma magia própria?
Achando a pergunta estranha, Symon responde:
— Sim, desde que comecei meu aprendizado com meu antigo mentor, eu nunca consegui manifestar nenhum efeito mágico, mas por que pergunta?
— Tente se concentrar usar uma magia, pelo menos uma vez, tenho que verificar uma coisa. — disse Robert, com a mão roçando a barba.
Symon, com um pouco de dificuldade, se lembra dos exercícios de desenvolvimento de magia ensinados por Viktor e os executa, e ao invés de nada acontecer como de costume, dessa vez, um conhecimento começa a surgir em sua mente. Ele instintivamente estende a mão para frente e bem a frente de seus olhos, surge uma parede lisa e semi-translúcida onde ele havia apontado.
— A barreira de Arimatéa… São poucos os magos no mundo que não possuem magia, e são ainda mais raras as que podem ser adquiridas, mas você conseguiu. Não há mais motivo para guardar o baú, agora o poder de Arimatéa está novamente em boas mãos… — o velho começa a chorar — Finalmente… Finalmente depois de todos esses anos, eu estou livre! Eu o agradeço, Symon Kravo, portador do poder de Arimatéa. Sinta se livre para usar o conteúdo físico do baú, ele é por direito seu! Adeus!
Antes que Symon pudesse reagir, Sir Robert Eddison é envolto por uma luz cegante, e desaparece sem deixar rastros.
(continua na aventura solo 4. Baú)